Atualização: 13/02
-Esqueci de comentar que outro problema de "aquecimento" pode ser um sistema de ignição em mau estado de conservação, principalmente a bobina que, quando velha, esquenta e o carro morre. Além dela, a bomba de gasolina; se estiver instalada fora das especificações originais da altura de acionamento da vara que vem do interior do motor ou sem graxa o suficiente, se super-aquecerá também, fazendo o diafragma travar e o carro parar. Para maiores informações a respeito desses pontos, assistam aos vídeos instrutivos do TONELLA no Youtube.
Está é só uma dica que posto aqui para vocês. Se já houver algo parecido no forum, por favor, me desculpem.
Quero falar sobre a refrigeração do Fusca.
Existem muitos "entendidos" por aí que querem saber mais que os engenheiros da Volkswagen, que passaram décadas e mais décadas desenvolvendo, aprimorando e testando o motor a ar, além de milhares de quilômetros de testes nas mais extremas condições, e inventam "truques" para "aprimorar" a refrigeração do Fusca que, na verdade, só fazem mal. O sistema de refrigeração do Fusca é EFICIENTE e não exige modificações, desde que todos os seus componentes estejam presentes.
Me refiro à refrigeração dos motores STOCK, não aos preparados que, por motivos óbvios, exigem maior capacidade de refrigeração.
Mas não é incomum ouvir de gente com Fuscas com motores comuns sobre os problemas do super-aquecimento.
Vamos lá...
A VENTOINHA E AS LATAS DO MOTOR
A ventoinha é uma turbina que chupa o ar através das aletas que ficam na parte inferior do vidro traseiro. O ar não simplesmente passa por ali e entra nelas por vontade própria; ele é chupado. Chupado porque a ventoinha cria uma zona de baixa pressão atmosférica. (Como ela chupa o ar, menos ar fica presente no cofre, portanto, diminuindo a pressão do mesmo). O ar é atraído para essas regiões, pois busca um equilíbrio (a natureza odeia o vácuo). Para que a turbina crie essa zona de baixa pressão atmosférica dentro do cofre do motor, todas as latas deste devem estar presentes e devidamente instaladas. Qualquer "vazamento" de ar interferirá na refrigeração do motor. As borrachas da tampa, da parte dianteira e traseira do motor também são importantes.
A CAPELINHA
Já vi muitos Fuscas com as capelinhas de aftermarket; as não originais VW. O problema delas é que não são feitas com o mesmo cuidado das originais. Não falo aqui por clichezismo, dizendo que tudo que é original é perfeito e tudo que não é não é. É que a capelinha original tem, dentro dela, "caminhos" que conduzem o ar para as regiões adequadas do motor, reduzindo o mínimo de velocidade e pressão. Além disso, para os Fuscas com aquecimento interno, as capelinhas de aftermarket simplesmente têm um buraco onde o ar tem que "achar" o caminho dele até os dutos. As originais têm o caminho devidamente planejado. Digo isso, pois já vi em dois Fuscas de amigos meus essa "displicência" para com os trabalhos internos da ventoinha original, e eles sofriam com super-aquecimento do motor e baixo aquecimento interno da cabine.
TAMPA DO MOTOR
Se seu Fusca é 1300, use a tampa fechada. Usando tampas aletadas, muito ar entra e o motor sempre trabalha com temperatura inferior à recomendada. Se for 1500 ou 1600, use suas respectivas tampas. As aletas não foram criadas por acaso ou estética. Estão lá para atenderem às demandas de refrigeração impostas por cada um de seus motores.
Se seu fusca é um Itamar, use a tampa dele que, além das 27 aletas padrão, tem aletas abaixo do nariz da placa, que se abrem controladas por outro termostato, preso à tampa, cujo funcionamento é idêntico ao da capelinha do motor.
TERMOSTATO DA CAPELINHA DO MOTOR
Muita gente desconhece, pois a ignorância dos mexânicos brasileiros tornaram essa peça quase extinta. O motivo, até que justo: ela controla aletas na parte inferior do motor e, caso ela deixe de funcionar com as aletas fechadas, o motor não terá a refrigeração adequada e fritará mesmo. A função dela é deixar as aletas fechadas quando o motor está frio, fazendo com que a refrigeração seja limitada e este se aqueça mais rapidamente, aumentando a eficiência da combustão e menor desgaste do mesmo. Quando está quente, ela abre as aletas, direcionando o ar exatamente para a parte superior dos cilindros, onde ocorre a combustão e, portanto, onde aquece mais. Sem as aletas, o ar simplesmente sai uniforme, ventilando da mesma forma os cilindros por completo, ao invés de mais ar onde eles esquentam mais.
Se você tem um relógio de temperatura no seu Fusca, corra atrás do termostato, do mecanismo das aletas incluindo a mola e a vara que as aciona. Digo do relógio, pois, caso um dia o termostato venha a falhar, você poderá averiguar o aumento da temperatura no ponteiro antes que seja tarde demais. Mas, elas raramente falham. No exterior, onde faz mais frio e, portanto, o uso delas é fundamental, o uso dela é consenso.
Como aqui no Brasil o clima é quente, não fazia muita diferença, pois o motor se aquece bem mais rapidamente do que lá. No entando, sem as aletas e o termostato, a ventilação nunca será a projetada pela VW: o ar sendo direcionado mais para a cabeça dos cilindros do que para o resto.
É isso. Eu li MUITO a respeito da refrigeração do Fusca, pois não acreditava ser necessário andar por aí com a tampa aberta. Eles não seriam tão estúpidos assim (os engenheiros da VW). E o carro também não teria sido tão bem sucedido como foi, vendendo milhões e milhões de unidades em todos os lugares do mundo. Converse com alguém mais idoso sobre o Fusca: "ô carrinho bom" é o mínimo que você ouvirá. O motivo, na minha opinião, é claro: na época deles, os Fuscas eram novos e totalmente funcionais. Nos dias de hoje nós, jovens, os pegamos depenados, detonados e temos problemas de fato. Super-aquecimento. Afogamentos. Panes elétricas. Motores fracos. Etc, etc, etc.
Espero tê-los ajudado um pouco.
André
-Esqueci de comentar que outro problema de "aquecimento" pode ser um sistema de ignição em mau estado de conservação, principalmente a bobina que, quando velha, esquenta e o carro morre. Além dela, a bomba de gasolina; se estiver instalada fora das especificações originais da altura de acionamento da vara que vem do interior do motor ou sem graxa o suficiente, se super-aquecerá também, fazendo o diafragma travar e o carro parar. Para maiores informações a respeito desses pontos, assistam aos vídeos instrutivos do TONELLA no Youtube.
Está é só uma dica que posto aqui para vocês. Se já houver algo parecido no forum, por favor, me desculpem.
Quero falar sobre a refrigeração do Fusca.
Existem muitos "entendidos" por aí que querem saber mais que os engenheiros da Volkswagen, que passaram décadas e mais décadas desenvolvendo, aprimorando e testando o motor a ar, além de milhares de quilômetros de testes nas mais extremas condições, e inventam "truques" para "aprimorar" a refrigeração do Fusca que, na verdade, só fazem mal. O sistema de refrigeração do Fusca é EFICIENTE e não exige modificações, desde que todos os seus componentes estejam presentes.
Me refiro à refrigeração dos motores STOCK, não aos preparados que, por motivos óbvios, exigem maior capacidade de refrigeração.
Mas não é incomum ouvir de gente com Fuscas com motores comuns sobre os problemas do super-aquecimento.
Vamos lá...
A VENTOINHA E AS LATAS DO MOTOR
A ventoinha é uma turbina que chupa o ar através das aletas que ficam na parte inferior do vidro traseiro. O ar não simplesmente passa por ali e entra nelas por vontade própria; ele é chupado. Chupado porque a ventoinha cria uma zona de baixa pressão atmosférica. (Como ela chupa o ar, menos ar fica presente no cofre, portanto, diminuindo a pressão do mesmo). O ar é atraído para essas regiões, pois busca um equilíbrio (a natureza odeia o vácuo). Para que a turbina crie essa zona de baixa pressão atmosférica dentro do cofre do motor, todas as latas deste devem estar presentes e devidamente instaladas. Qualquer "vazamento" de ar interferirá na refrigeração do motor. As borrachas da tampa, da parte dianteira e traseira do motor também são importantes.
A CAPELINHA
Já vi muitos Fuscas com as capelinhas de aftermarket; as não originais VW. O problema delas é que não são feitas com o mesmo cuidado das originais. Não falo aqui por clichezismo, dizendo que tudo que é original é perfeito e tudo que não é não é. É que a capelinha original tem, dentro dela, "caminhos" que conduzem o ar para as regiões adequadas do motor, reduzindo o mínimo de velocidade e pressão. Além disso, para os Fuscas com aquecimento interno, as capelinhas de aftermarket simplesmente têm um buraco onde o ar tem que "achar" o caminho dele até os dutos. As originais têm o caminho devidamente planejado. Digo isso, pois já vi em dois Fuscas de amigos meus essa "displicência" para com os trabalhos internos da ventoinha original, e eles sofriam com super-aquecimento do motor e baixo aquecimento interno da cabine.
TAMPA DO MOTOR
Se seu Fusca é 1300, use a tampa fechada. Usando tampas aletadas, muito ar entra e o motor sempre trabalha com temperatura inferior à recomendada. Se for 1500 ou 1600, use suas respectivas tampas. As aletas não foram criadas por acaso ou estética. Estão lá para atenderem às demandas de refrigeração impostas por cada um de seus motores.
Se seu fusca é um Itamar, use a tampa dele que, além das 27 aletas padrão, tem aletas abaixo do nariz da placa, que se abrem controladas por outro termostato, preso à tampa, cujo funcionamento é idêntico ao da capelinha do motor.
TERMOSTATO DA CAPELINHA DO MOTOR
Muita gente desconhece, pois a ignorância dos mexânicos brasileiros tornaram essa peça quase extinta. O motivo, até que justo: ela controla aletas na parte inferior do motor e, caso ela deixe de funcionar com as aletas fechadas, o motor não terá a refrigeração adequada e fritará mesmo. A função dela é deixar as aletas fechadas quando o motor está frio, fazendo com que a refrigeração seja limitada e este se aqueça mais rapidamente, aumentando a eficiência da combustão e menor desgaste do mesmo. Quando está quente, ela abre as aletas, direcionando o ar exatamente para a parte superior dos cilindros, onde ocorre a combustão e, portanto, onde aquece mais. Sem as aletas, o ar simplesmente sai uniforme, ventilando da mesma forma os cilindros por completo, ao invés de mais ar onde eles esquentam mais.
Se você tem um relógio de temperatura no seu Fusca, corra atrás do termostato, do mecanismo das aletas incluindo a mola e a vara que as aciona. Digo do relógio, pois, caso um dia o termostato venha a falhar, você poderá averiguar o aumento da temperatura no ponteiro antes que seja tarde demais. Mas, elas raramente falham. No exterior, onde faz mais frio e, portanto, o uso delas é fundamental, o uso dela é consenso.
Como aqui no Brasil o clima é quente, não fazia muita diferença, pois o motor se aquece bem mais rapidamente do que lá. No entando, sem as aletas e o termostato, a ventilação nunca será a projetada pela VW: o ar sendo direcionado mais para a cabeça dos cilindros do que para o resto.
É isso. Eu li MUITO a respeito da refrigeração do Fusca, pois não acreditava ser necessário andar por aí com a tampa aberta. Eles não seriam tão estúpidos assim (os engenheiros da VW). E o carro também não teria sido tão bem sucedido como foi, vendendo milhões e milhões de unidades em todos os lugares do mundo. Converse com alguém mais idoso sobre o Fusca: "ô carrinho bom" é o mínimo que você ouvirá. O motivo, na minha opinião, é claro: na época deles, os Fuscas eram novos e totalmente funcionais. Nos dias de hoje nós, jovens, os pegamos depenados, detonados e temos problemas de fato. Super-aquecimento. Afogamentos. Panes elétricas. Motores fracos. Etc, etc, etc.
Espero tê-los ajudado um pouco.
André
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